Nos o esperamos at tarde da noite. Minha mae e eu no nosso quarto dos fundos. Rnia e Zana no andar de cima, deitadas, com a porta aberta, atendas a qualquer ruido. Deram duas horas e nada do Halim chegar. Por volta das trs, escutei o ronco de minha mae, quase um assobio grave, um sopro. Um nambuau piou por ali ; olhei para o chao do quintal, nem sombra da ave. Depois reconheci o canto de um anum, me senti melancolico, mareado. As copas escuras cobriam os fundos da casa. Um barulhinho esquisito riscava a noite, podia ser mucura faminta no faro de um poleiro ou morcegos mordendo jambo doce. Lembro que as palavras do livro que lia foram se apagando e sumiram. O livro tambm foi engolido pela escuridao. Cochilei, debruado na mesinha. L pelas cinco da manh (ou um pouco depois, porque o cortio dos fundos ja emitia sinais de despertar e a noite comeava a perder sua treva), um ruido me despertou. Vi uma claridade na cozinha e logo depois um vulto. Era uma mulher. |